quinta-feira, 30 de maio de 2013

A popularização de um sonho

Ernesto Che Guevara, argentino por naturalidade e adotado por cuba, é considerado um das figuras mais influentes no mundo há muito tempo. A sua figura desperta muitas opiniões a favor e contra na opinião pública, para alguns, che representa a rebeldia, a luta contra a injustiça social e o espírito incorruptível. Já outros o consideram como um criminoso, responsável por assassinatos em massa. Porém, para entender a figura de Che, precisamos retornar à suas raízes.
Filho de Ernesto Guevara e de Celia de la Serna, Ernesto Guevara de La Serna nasceu e cresceu na Argentina, onde cursou a faculdade de Medicina em Buenos Aires.
Em 1951, faltando apenas 6 meses para terminar o curso, Ernesto e seu amigo Alberto Granado, bioquímico, saem em uma viagem para explorar a América Latina, de Buenos Aires a Caracas, a bordo de uma velha motocicleta, apelidada de “La poderosa”. Durante a viagem, os dois observam, se interessam por tudo, analisam a realidade com olho crítico e pensamento profundo. Nessa viagem, Ernesto começa a ver a America latina como uma única entidade economica e cultural. Os dois visitam minas de cobre, povoações indígenas e leprosarias, interagindo com a população, especialmente os mais humildes. Esses oito meses de viagem marcam a ruptura de Guevara com os laços nacionalistas, era um jovem incomodado com a pobreza e as desigualdades a sua volta.
Quando retornou à Argentina, Ernesto terminou a faculdade de Medicina e saiu em outra viagem, dessa vez definitiva, passando por Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Panamá, Costa Rica, El Salvador e Guatemala. Nessa viagem, Ernesto dá mostras de seu profundo humanismo, vai crescendo e agigantando seu modo revolucionário de pensar e seu firme antiimperialismo.
Ao se deparar com a realidade dos povos da América Latina, que sob seu modo de pensar estavam subjugados pelo imperalismo “yank”, e portanto, manipulados de maneira que o capital atingisse os seus objetivos, decide agir.
A partir daí, Ernesto mergulha na sua ficção de ver a América latina livre deste imperialismo. Assume então, uma nova identidade: Morre o Ernesto sonhador para nascer o Che idealizador, que está decidido a entregar sua própria vida a atingir o idealismo de Ernesto.
O socialismo frutifica então no peito de Che. Ao pegar em armas, em Cuba, para derrubar aquele que seria seu primeiro objetivo dessa luta pela liberdade socialista, Che e seus companheiros, ao derrubar Fulgêncio Batista, imagina ter dado o primeiro grande passo para libertar a América Latina.
Era uma realidade tão utópica que sonhava Che, atingir objetivos que até Simon Bolivar outrora sonhara. Neste momento, a fama e a admiração dos povos da América com este, que seria o seu novo libertador, acabam por popularizar, de forma muito efetiva, o mito a cerca de Che.
Cada José latino americano, também imaginava ser o próprio Che. Feliz ou infelizmente, o sonho restou por terminar, jazia lá nas matas bolivianas, alcançado por um balaço de um outro pobre José, o corpo de Ernesto, o sonho de Che.


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