Adilson de Oliveira, físico e professor da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)
O artigo escrito por Adilson de Oliveira compara o enredo da série “Perdidos no Espaço” com a descoberta de um planeta semelhante à Terra, dando informações sobre a estrela que tal planeta orbita e fazendo referência a teoria da relatividade de Einstein, explicando-a brevemente e relacionando todas a informações com a possibilidade de visitar o planeta descoberto no final do ano passado.
O texto tem uma linguagem simples e de fácil entendimento, aproximando o leitor. Não é preciso um conhecimento prévio, pois o autor simplifica os termos necessários para a compreensão e exemplifica com momentos do cotidiano. Ele é um pouco didático por explicar conceitos como a teoria da relatividade de Einstein e também é um ponto de vista interessante sobre a relação entre as ficções cientificas e a realidade em expedições espaciais.
O autor começa fazendo um relato de infância sobre a série de TV “Perdidos no Espaço’, que se trata de uma família, vivendo numa espaçonave, em busca de novos planetas por causa da superpopulação da Terra. A espaçonave tem como destino o sistema estelar Alfa Centauri, o mais próximo ao nosso planeta (cerca de 4 anos-luz). Em seguida ele descreve o sistema e suas três estrelas (Alfa Centauri A, B e C) comparando seus tamanhos, raios e cores entre si e com o Sol. Revela que “As três estrelas orbitam em torno de uma posição que chamamos de ‘centro de massa’ do sistema.”, seus períodos, distância ao Sol e à Terra e sua localização para serem vistas daqui.
No segundo tópico, entra a descoberta de um planeta de tamanho semelhante ao da Terra e 13% mais massa, que está orbitando Alfa Centauri B. Porém, esse planeta está muito próximo à estrela e gasta somente 3,2 dias para completar sua órbita, o que elimina a chance de existir água no estado líquido e temperaturas amenas que possam suportar a vida. Ainda que o sistema esteja perto do nosso planeta, enviar uma sonda espacial ou astronautas está além do limite da nossa tecnologia. Em uma nova comparação com a série, é dito que a família estaria viajando a uma velocidade próxima à da luz e o tempo de viagem, mais ou menos, cinco anos, com a tecnologia atual poderia levar milhares de anos.
Mas, na série, o tempo de viagem para os tripulantes seria diferente. Isso porque, Einstein ao desenvolver a teoria da relatividade provou que o espaço e o tempo são relativos ao nosso movimento. Ao viajarmos com velocidade próxima à da luz, o tempo passa de uma forma mais lenta. Esse é o fenômeno da dilatação temporal e, mesmo sem espaçonaves que viajem a essa velocidade, podemos observar o fenômeno em aceleradores de partículas. O autor usa com exemplo uma partícula queestá em repouso em relação a um observador e tem tempo de vida igual a 2,2 milionésimos de segundo. Quando está viajando a 99,94% da velocidade da luz em relação ao mesmo observador, ela fica estável por 64 milionésimos de segundo. Mas, para a partícula, passaram-se apenas 2,2 milionésimos de segundo. O mesmo aconteceria com uma espaçonave, para os tripulantes a viagem duraria pouco mais de 2 meses.
É o efeito de contração do espaço, associado ao de dilatação temporal, explicado pela teoria da relatividade que comprova: se nos movermos à velocidade da luz, temos a impressão de estar em repouso e todo o resto avançando na nossa direção. E realmente o espaço percorrido será mais curto porque o espaço e o tempo estão interligados, formando um contínuo “espaço-tempo”. Portanto, uma dilatação do tempo é igual a uma contração do espaço na direção em que estamos nos movendo.
Concluindo, podemos dizer que o texto proporciona uma reflexão sobre o futuro da humanidade, nossas descobertas e muitas outras que ainda devem ser feitas. Para que, num futuro distante, possamos ter tecnologia suficiente e visitar novos planetas.
Representação artística do planeta recém-descoberto orbitando a estrela Alfa Centauri B (no centro). O objeto brilhante menor (à esquerda) representa Alfa Centauri A. |
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