quinta-feira, 4 de abril de 2013

Ficção e Realidade no Espaço


Adilson de Oliveira, físico e professor da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)

O artigo escrito por Adilson de Oliveira compara o enredo da série “Perdidos no Espaço” com a descoberta de um planeta semelhante à Terra, dando informações sobre a estrela que tal planeta orbita e fazendo referência a teoria da relatividade de Einstein, explicando-a brevemente e relacionando todas a informações com a possibilidade de visitar o planeta descoberto no final do ano passado. 

O texto tem uma linguagem simples e de fácil entendimento, aproximando o leitor. Não é preciso um conhecimento prévio, pois o autor simplifica os termos  necessários para a compreensão e exemplifica com momentos do cotidiano. Ele é um pouco didático por explicar conceitos como a teoria da relatividade de Einstein e também é um ponto de vista interessante sobre a relação entre as ficções cientificas e a realidade em expedições espaciais.

O autor começa fazendo um relato de infância sobre a série de TV “Perdidos no Espaço’, que se trata de uma família, vivendo numa espaçonave, em busca de novos planetas por causa da superpopulação da Terra. A espaçonave tem como destino o sistema estelar Alfa Centauri, o mais próximo ao nosso planeta (cerca de 4 anos-luz). Em seguida ele descreve o sistema e suas três estrelas (Alfa Centauri A, B e C) comparando seus tamanhos, raios e cores entre si e com o Sol. Revela que “As três estrelas orbitam em torno de uma posição quchamamos de ‘centro de massa’ do sistema.”, seus períodos, distância ao Sol e à Terra e sua localização para serem vistas daqui.

No segundo tópico, entra a descoberta de um planeta de tamanho semelhante ao da Terra e 13% mais massa, que está orbitando Alfa Centauri B. Porém, esse planeta está muito próximo à estrela e gasta somente 3,2 dias para completar sua órbita, o que elimina a chance de existir água no estado líquido temperaturas amenas que possam suportar a vida. Ainda que o sistema esteja perto do nosso planeta, enviar uma sonda espacial ou astronautas está além do limite da nossa tecnologia. Em uma nova comparação com a série, é dito que a família estaria viajando a uma velocidade próxima à da luz e  o tempo de viagem, mais ou menos, cinco anos, com a tecnologia atual poderia levar milhares de anos.

Mas, na série, o tempo de viagem para os tripulantes seria diferente. Isso porque, Einstein ao desenvolver a teoria da relatividade provou que o espaço e o tempo são relativos ao nosso movimento. Ao viajarmos com velocidade próxima à da luz, o tempo passa de uma forma mais lenta. Esse é o fenômeno da dilatação temporal e, mesmo sem espaçonaves que viajem a essa velocidade, podemos observar o fenômeno em aceleradores de partículas. O autor usa com exemplo uma partícula queestá em repouso em relação a um observador e tem tempo de vida igual a 2,2 milionésimos de segundo. Quando está viajando a 99,94% da velocidade da luz em relação ao mesmo observador, ela fica estável por 64 milionésimos de segundo. Mas, para a partícula, passaram-se apenas  2,2 milionésimos de segundo. O mesmo aconteceria com uma espaçonave, para os tripulantes a viagem duraria pouco mais de 2 meses.

É o efeito de contração do espaço, associado ao de dilatação temporal, explicado pela teoria da relatividade que comprova: se nos movermos à velocidade da luz, temos a impressão de estar em repouso e todo o resto avançando na nossa direção. E realmente o espaço percorrido será mais curto porque o espaço e o tempo estão interligados, formando um contínuo “espaço-tempo”. Portanto, uma dilatação do tempo é igual a uma contração do espaço na direção em que estamos nos movendo.

Quando estamos em um carro em velocidade constante em uma estrada reta, temos a impressão de que é o mundo lá fora que está se movendo na nossa direção. Da mesma forma, com base no efeito da contração do espaço, umaespaçonave viajando na velocidade da luz pareceria estar em repouso, enquanto o universo se aproximaria dela. (foto: Rob McGlynn/ Flickr – CC BY-NC-ND 2.0)

Concluindo, podemos dizer que o texto proporciona uma reflexão sobre o futuro da humanidade, nossas descobertas e muitas outras que ainda devem ser feitas. Para que, num futuro distante, possamos ter tecnologia suficiente e visitar novos planetas.

Representação artística do planeta recém-descoberto orbitando a estrela Alfa Centauri B (no centro). O objeto brilhante menor (à esquerda) representa Alfa Centauri A. 

Veja um trecho de um episódio da série Perdidos no espaço:



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