segunda-feira, 11 de novembro de 2013

        Produção Industrial de NaOH

                                                      -Fórmula Molecular: NaOH                                                                                        
                                                       -Massa Molar: 39,99 g/mol
                                                      -Nome IUPAC: Hidróxido de Sódio
                                                      -Nome Comercial: Soda Cáustica


Historicamente

Desde a antiguidade, aplicada ao uso cotidiano e industrial, super corrosiva, auxilia contra a poluição,  veja a íncrivel história da humilde e perigosa soda cáustica.
Na antigüidade, os egípcios já usavam a soda cáustica para fabricar tipos primitivos de sabão. Ao longo dos séculos, o principal uso continua sendo este mesmo (saponificação de ácidos graxos, ou seja, aquilo que se faz ao adicionar soda cáustica na gordura para fazer sabão caseiro).
Ela era produzida “caseiramente” através do Carbonato de Sódio. Com o passar do tempo o método se torno inviável, devido a grande necessidade de soda cáustica, comercialmente e industrialmente.
Pesquisas permitiram que o homem começasse a produzir soda cáustica utilizando processos que se tornaram mais diferenciados e mais eficientes.
Em 1791, Leblanc inventou um processo para produção de carbonato. No entanto, Ernest Solvay, em 1861, conseguiu produzir o mesmo carbonato de sódio utilizando amônia. A eficiência obtida por Solvay representou um progresso sem igual em relação aos processos então existentes.
Finalmente…
Ao final do século XIX, graças aos avanços tecnológicos, tornou-se viável explorar em escala industrial outro processo de produção de soda cáustica: a eletrólise de uma solução de cloreto de sódio (uma salmora, água e sal).


Processos de fabricação da Soda Cáustica

A soda cáustica é fabricada atualmente, através de dois processos, o Processo de Solvay, e o Processo Eletrolítico.
O Processo de Solvay (ou  processo da amônia-soda), das tentativas de baratear a produção de Na2CO3  (Obs.: A barrilha, Na2CO3,  foi inserida nesta seção por ser também conhecida por soda leve) produzida pelo processo de Leblanc (processo ultrapassado), através do uso da reação total:

2NaCl + CaCO3 Na2CO3 + CaCl2

 O processo é muito mais complicado do que o sugerido pela reação total, e para complicar ainda mais a situação a reação é reversível e apenas 75% do NaCl é convertido em produto. O primeiro estágio do processo é a purificação da salmoura saturada, que então reage com a amônia gasosa. A salmoura amoniacal é carbonatada em seguida com CO2, formando NaHCO3. Este é insolúvel na salmoura por causa do efeito do íon comum, podendo ser separado por filtração. Por aquecimento à 150ºC, o bicarbonato NaHCO3 se decompõe em carbonato anidro Na2CO3 (chamado na indústria de “soda leve”, por que é um sólido com baixa densidade, 0,5g/cm³). A seguir o CO2 é removido por aquecimento da solução, sendo o gás reciclado para o processo anterior, a amônia NH3, é removida por adição de álcali (solução de cal em água), sendo reaproveitada também. A cal (CaO) é obtida por aquecimento de calcário (CaCO3), que também fornece o  CO2 necessário. Quando a cal (CaO) é misturada com a água forma-se Ca(OH)2.
NH3+ H2O + CO2  NH4.HCO3

NaCl + NH4.HCO3
NaHCO3 + NH4Cl

2NaHCO3  (150ºC) Na2CO3 + CO2  H2O          

CaCO3    (1100ºC em forno de cal) CaO + CO2

CaO + H2O
Ca(OH) 2

2 NH4 +   Ca(OH)2
  2 NH3 + CaCl2  + 2H2O
Desse modo os materiais consumidos são NaCl e CaCO3, havendo além do produto desejado,  Na2CO3,  a formação do subproduto CaCl2. Há poucos usos para o CaCl2, e só uma parte é recuperada da solução, sendo o restante desprezado. O principal uso do  Na2CO3  é a indústria de vidro, o que requer a “soda pesada” Na2CO3. H2O. Para a sua obtenção a “soda leve”, obtida pelo processo de Solvay, é recristalizada com água quente.

Na Eletrólise se da salmoura, ocorrem reações tanto no ânodo  como no cátodo.

Ânodo: 2Cl- Cl2 + 2e
Cátodo: Na + e Na
2Na + 2H2O 2NaOH + H2
 Se os produtos se misturarem, ocorrem reações secundárias:
2NaOH + Cl2 NaOCl + H2
                        ou
2OH + Cl2  2OCl + H2
e no ânodo pode ocorrer, até certo ponto, outra reação:
4OH 2H2O + 4e

Agora veremos como são as células de diafragma e a célula de cátodo de mercúrio.

Para manter separados os gases  H2  e Cl2 (produzidos nos eletrodos), usa-se um diafragma poroso de amianto. Se os gases  H2  e Cl2 misturarem-se, reagirão e a reação será explosiva. Na luz do dia (e ainda mais com a exposição direta à luz solar) ocorre uma reação fotolítica, que produz átomos de cloro. Estes provocam uma explosiva reação em cadeia.
O diafragma também separa os compartimentos do ânodo  e do cátodo.  Isso diminui a possibilidade de reação entre o NaOH, produzido no compartimento do cátodo, com o  Cl2, produzido no compartimento do ânodo.  Diminuí assim a possibilidade de ocorrer uma reação secundária que leva a formação de hipoclorito de sódio NaOCl.  Contudo, alguma quantidade de hidróxido de sódio ou de OH pode difundir para o outro compartimento, e isso inibido mantendo
se o nível do eletrólito mais alto no compartimento do ânodo que no compartimento do cátodo, com o que passa a haver um pequeno fluxo positivo do compartimento do ânodo ao do cátodo.  Traços de oxigênio são formados em outra reação secundária. O oxigênio reage com os eletrodos do carbono, destruindo-os  gradualmente, com a formação de CO2.
Há um interesse crescente em substituir o amianto do diafragma por finas membranas sintéticas de plástico. Essas membranas são feitas de um polímero  chamado nafion, montado em um suporte de teflon. Membranas plásticas possuem  uma resistência menor que o amianto.
Menos que a metade do NaCl é convertido em NaOH, obtendo-se usualmente uma mistura de  11% de NaOH e 16% NaCl.  Essa solução é concentrada num evaporador quando cristaliza uma considerável quantidade de NaOH, levando a solução final contendo 50% de NaOH e 1% de NaCl.  Isso pode ou não ser importante, dependendo do uso a que  se destina o NaOH.  Para a maioria das aplicações industriais, o produto é vendido como solução, pois os custos da evaporação de todo o líquido com a obtenção do sódio excedem os custos adicionais de transporte da solução.

Célula de cátodo de mercúrio:
Durante a eletrólise da salmoura, os íons de sódio migram em direção ao cátodo, no qual os íons são neutralizados.
Na + e Na(metal)
 Se o cátodo for feito de mercúrio, os átomos de sódio assim formados se dissolvem no mercúrio formando um amálgama, um tipo de liga. O amálgama é levado a um compartimento separado, chamado de “grafita de desnudamento”, no qual corre água sobre fragmentos de grafita (que atuam aqui como sólido  inerte). A água reage com o sódio do amálgama, obtendo-se assim NaOH puro e em concentração de 50%.
Na(amálgama) + água NaOH + ½ hidrogênio + mercúrio
O mercúrio puro é reciclado ao tanque de eletrólise. Originalmente os ânodos  eram feitos de grafita, mas, por causa da formação de traços de oxigênio em uma reação secundária, estes ânodos se tornaram esburacados com o desgaste e liberação de gás carbônico. Os ânodos são agora fabricados de aço revestido de titânio. O titânio é muito resistente a corrosão, o que não somente evita em grande parte o problema do desgaste e formação de gás carbônico, mas reduz também a resistência elétrica.


A Soda Cáustica
A soda cáustica ou hidróxido de sódio é um sólido branco, higroscópico, e muito corrosiva. Devido a sua reatividade a soda cáustica é caracterizada de base forte, onde é utilizada para neutralizar ácidos fortes, alcalinizar meios reacionais mesmo em poucas concentrações, e lavagem de gases.
A soda cáustica é um produto muito versátil com aplicações diversas no setor industrial em geral. Ela é utilizada na fabricação dos sabões em pó, sabões em barra e detergentes, são utilizados na produção de tecidos de algodão para fortalecer as fibras e absorver melhor o tingimento. Na indústria alimentícia a soda cáustica é utilizada para o refino do óleo animal e vegetal, na remoção de ácidos graxos e para descascar batatas, frutas e vegetais, é utilizada na produção de celulose, papel e alumínio, entre outras.
Esta base também pode ser usada para neutralizar a drenagem ácida das minas. Quando, durante as operações de mineração, o ar e a água entram em contato com minerais recentemente extraídos que contém enxofre, estes se oxidam rapidamente e liberam uma determinada quantidade de acidez, metais e outros componentes químicos que são prejudiciais ao meio ambiente.


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