sexta-feira, 22 de março de 2013

A gravitação universal na filosofia da natureza de Isaac Newton

por: Valdinei Gomes Garcia


               A tese lógica e coerente elaborada por Valdinei Gomes Garcia, composta por 3 capítulos, proporciona ao leitor sobre os primeiros estudos do Newton, o conceito de força gravitacional na filosofia da natureza que significa quando analisado um duplo ponto de vista: O da mecânica racional, isto é, sua “ciência do movimento”, e o da filosofia da natureza, isto é, do “sistema de mundo”. 

             Newton ainda não tinha completado 25 anos, iniciou a revolução da matemática, óptica, física e astronomia. Durante sua estada em casa, ele lançou a base do cálculo diferencial e integral, muitos anos antes de sua descoberta independente por Leibniz. 

             Portanto, analisa a partir dos argumentos desenvolvidos por Newton para defender esse conceito em sua obra mais importante, o Philosophiae Naturalis Principia Mathematica (1687). Newton analisou o movimento dos corpos em meios resistentes e não resistentes sob a ação de forças centrípetas. Os resultados eram aplicados a corpos em órbita, e queda-livre perto da Terra. Ele também demonstra que os planetas são atraídos pelo Sol pela Lei da Gravitação Universal, e generalizou que todos os corpos celestes atraem-se mutuamente a partir de tratamento matemático que ele próprio elaborou. 

              Newton explicou uma ampla gama de fenônemos até então não correlatos: a órbita excêntrica dos cometas; as marés e suas variações; a precessão do eixo da Terra; e o movimento da Lua perturbado pela gravidade do Sol. Newton já explicava que o movimento de 3 corpos sob uma força central só pode ser resolvido por aproximação, que a Lei da Gravitação Universal trata os corpos como pontos, e que os planetas não são pontos, nem ao menos esféricos, que o movimento das marés introduz perturbações no cálculo das órbitas, que precisam ser calculadas por aproximações.
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              Valdinei desenvolve sua investigação observando que através do conceito que Newton redirecionou tantos níveis dos conhecimentos matemáticos e físicos, quanto o nível da concepção metafisica acerca dos eventos da natureza. Observa-se que Newton utiliza metodologia rigorosa e original.
           No capítulo 1 e 2 trata-se de uma longa reflexão sobre o que Newton fez a respeito dos fundamentos de física de Descartes (doutrina do movimento). A ideia de Valdinei volta para alguns textos da juventude de Newton (o De Gravitatione et Aequipondio Fluidorum ), onde se constata o quanto Newton encontra-se envolvido com problemas propostos por cartesianos.
         No capítulo 3, o autor elabora um estudo com a analise de força gravitacional pois a este se destina todas as investigações mecânicas de Newton na elaboração do Principia e no conceito de gravitação universal encontra-se a expressão mais acabada da teoria newtoniana de força que deverá ser analisado em três momentos: distintos: (I) analisar o aspecto físico, lugar em que Newton estabelece a força  gravitacional como a causa dos movimentos planetários; (II) o ontológico, lugar em que ele procura explicar a natureza da ação gravitacional que os corpos exercem entre si;  (III) por último, o metodológico, lugar em que ele oferece as razões pelas quais se deve aceitar que a gravidade de fato existe, ainda que as investigações de ordem ontológica nada tenham acrescentado conclusivamente à compreensão da natureza da sua ação.
“(...) a principal ocupação da filosofia natural é argumentar a partir dos fenômenos, sem formular hipóteses, e deduzir as causas a partir dos efeitos até chegar à causa primeira , que certamente não é mecânica (...)” (NEWTON, 1996, p. 270) 
       
Referência: Jean-Pierre Maury, Newton, the Father of Modern Astronomy, 1992, Harry N. Abrans, Inc. editor.
BARRA, E. S. O. “Newton sobre Movimento, Espaço e Tempo”. Cadernos de História 
e Filosofia da Ciência. Campinas, 1993. Série 3, v. 3, n. 1/2, p. 85.

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