Mais Médicos: professor voluntário lamenta “reação” de
brasileiros ao programa
Médico brasileiro foi voluntário na semana
de acolhimento em SP
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Para ele, hoje no
Brasil, o profissional se forma voltado para o mercado e não para o SUS
Defensor dos Mais Médicos, o médico e
representante do Cosems/SP (Conselho de Secretários Municipais de Saúde do
Estado de Saúde) Francisco Tropas não pensou duas vezes quando soube que o
Ministério da Saúde faria uma semana de acolhimento aos profissionais
estrangeiros em São Paulo. Ele se voluntariou para ser um dos profissionais que
participariam das palestras em que os médicos com diplomas estrangeiros receberiam
informações sobre o SUS e hábitos e doenças locais.
Em conversa com o R7, Tropas
disse que o programa do governo federal veio para “abrir o debate” sobre
medicina no Brasil.
— Lamento a reação da categoria [médicos
brasileiros], aprofundada em argumentações sem nexo com o trabalho escravo. O
trabalho escravo você tem no agronegócio no interior do Pará e não no programa.
Na minha opinião, o Mais Médico denunciou o corporativismo da formação médica
brasileira.
A
vinda de médicos formados em outros países é polêmica e criticada pelas
entidades do ramo porque permite que profissionais que se formaram no exterior
atuem no Brasil sem a necessidade de fazer o exame de revalidação do diploma, o
Revalida, que permitiria ao médico atuar tanto no setor público quanto no setor
privado.
Para ele, hoje no Brasil, o profissional
se forma voltado para o mercado, postura essa diferente em relação aos
estrangeiros.
— O que nós precisamos são médicos
voltados para a prática pública e coletiva, atuar pelo prazer de ser médico. É
muito interessante o conflito de ideias e experiências que estes médicos trazem
para nós. Não é pelo salário, é pela medicina que eles estão aqui.
Precisamos ter uma sistemática assim, que se abra ao diferente, com outras
visões.
Revalida
Na opinião de Tropas, as entidades médicas
deveriam entender que os profissionais estrangeiros não têm condições de passar
pela prova Revalida.
— A prova é uma avaliação muito específica
do padrão brasileiro, muito diferente dos outros países, principalmente Cuba. O
que vale dizer é você está avaliando uma coisa usando um instrumento
inadequado.
Sem registros
Em São Paulo, os médicos estrangeiros
aguardam a resposta para o registro provisório do Cremesp (Conselhos Regionais
de Medicina de São Paulo).
Os conselhos têm até este sábado (21) para
providenciar os registros. O Ministério da Saúde já adiou por uma semana o
começo dos trabalhos pelo atraso nos registros. Pelo cronograma inicial, os
profissionais deveriam começar a trabalhar na próxima segunda-feira (23).
O governo federal ainda não se pronunciou
se poderá haver um novo adiamento do início do programa ou até uma nova semana
de aconselhamento.
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