segunda-feira, 17 de junho de 2013

Darwinismo social nos dias atuais


1. As cotas nas faculdades federais e o Darwinismo Social
Foi aprovado o projeto que destina 50 % das vagas nas federais para estudantes de escolas públicas (parte delas a famílias que possuem renda de até um salário e meio per capita) e também á negros, pardos e indígenas. Porém sabemos que nem todos são a favor dessa medida aplicada pelo governo. Podemos ver claramente uma enorme diferença entre as escolas públicas e privadas, sendo as privadas possuindo de recursos que as públicas deveriam obter, já que é mantida pelo dinheiro público. Paramos e pensamos na teoria Darwiniana: O mais forte vence o mais fraco. O que de fato, acaba acontecendo no dia-a-dia de nossa sociedade. É aquele típico " se chamar um negro de preto é racismo, se chamar um branco de branquelo não é?" deveríamos rever esses conceitos. O fato de nascer pobre ou nascer negro não deveria ser motivo para favorecimentos, se pensarmos desse jeito vemos que os pobres seriam menos aptos a entrar numa faculdade dos que os que possuem uma estabilidade financeira tornando -o desfavorecido, pois pra ele não há nenhum sistema de inclusão. Sendo assim, as cotas sugerem então a igualdade de quem obteve de recursos básicos para entrar em uma faculdade e de quem não obteve, contrariando o darwinismo social. Após a existência de cotas que garantem o acesso ao ensino superior, quase todo mundo hoje possui formação acadêmica. Sabemos que há pouco tempo atrás não era assim. Faculdade era coisa de rico. Hoje não. Porém sabemos que não podemos colocar nossas vontades e expectativas nas mãos do governo ou da sociedade, já que não possuem de meios suficientes de administrar a qualidade de vida de todos os cidadãos. (Camylla Batista)



2. Homofobia e o Darwinismo social
Podemos entender como Darwinismo Social o princípio a partir do qual as sociedades se modificam e se desenvolvem passando por transformações sempre de um estagio inferior para um superior, em que um organismo social se mostraria mais desenvolvido e adaptado, garantindo a sobrevivência dos organismos mais fortes e evoluídos. Na atualidade podemos perceber comportamentos baseados nessa teoria como a homofobia. O preconceito baseia-se no sentido de acreditar existir uma ordem natural da sexualidade onde a homossexualidade está excluída em face da relação apenas proporcionar prazer e não procriar, pois o padrão definido é o homem e a mulher. Para isso justifica-se em dizer que uma pessoa de sexualidade diferente desse padrão, mudou por vontade própria a sua natureza de suposta ordem natural, como se questões relativas à sexualidade não viessem definidas na concepção genética do indivíduo.As religiões de modo geral caracterizam como "perversão", "desvio de conduta", "desvio de comportamento", "mudança da ordem natural", ‘’ ato inferior’’, exercendo políticas de "curas" para algo perfeitamente natural. O fator moral baseia-se ao fato de considerar a homossexualidade como algo imoral, indigno, inferior. Ou seja, caracteriza o ser que tem uma essência da sexualidade diferente a prerrogativa da mesma ser uma pessoa digna ou não. Isso implica em dizer que não a personalidade, o caráter, ás ações que são a comprovação de alguém ser moral e sim á sua situação sexual. Outra questão é que a homossexualidade não se enquadra num rol de valores, a constituição sexual de cada pessoa não é fator delimitante de precedência para que ela seja moral ou imoral, digna ou indigna, mas sim os seus atos, opiniões frente á sociedade. È como dizer que todos os cristãos são honestos por seguirem um código de virtudes, é claro que existem cristãos desonestos, a religião do ser de maneira nenhuma posta como honesto ou corrupto. (Gabriela Guimarães)



3. Preconceito entre regiões do Brasil 
Atualmente, nos deparamos com diversas falas e atitudes preconceituosas. Essas são frutos do famoso darwinismo social, o qual resultou do modelo de seleção natural proposto pelo cientista inglês Charles Darwin. Segundo a ideia darwinista, a seleção natural pressiona as espécies no sentido da sua adaptação, obrigando-as a se transformarem continuamente com o objetivo de aperfeiçoarem e garantirem sua própria sobrevivência. Em consequência, os organismos tendem a se adaptar cada vez melhor ao ambiente, criando formas mais complexas e avançadas de vida, que possibilitam, pela competição natural, a sobrevivência dos seres mais aptos e evoluídos. 
Assim, o darwinismo social resume-se no princípio a partir do qual as sociedades se modificam e se desenvolvem de formas semelhantes, segundo um mesmo modelo e que tais transformações sempre representam a passagem de um estágio inferior para outro superior, em que o organismo social se mostra mais evoluídos, adaptado e complexo.
Baseado no conceito de darwinismo social, podemos relacioná-lo com o preconceito sofrido pelos nordestinos no Brasil. Quem nunca ouviu a expressão “Que coisa de baiano!” sendo utilizada como referência a um trabalho chulo ou brega? Ou então “Cabeças chatas”, expressão usada no sentido pejorativo para nomear algum cidadão de origem nordestina? Falas como essas demonstram como o preconceito está implantado em nosso cotidiano, o qual tem raízes no racismo, especialmente devido à população das regiões Norte e Nordeste ser composta por mulatos, negros e descendentes de indígenas. 
Assim, decorrente de tal fato, a população que habita a região Sudeste e Sul se considera “superior” ao povo do Norte e do Nordeste e relacionam esses como a causa principal da pobreza nas metrópoles, quando na verdade, em busca de melhores condições de vida, se submetem a ser mão de obra barata e dessa maneira, contribuem para o desenvolvimento destas regiões. 
São Paulo, por exemplo, é a cidade que apresenta o maior número de nordestinos no país. Entretanto, há o preconceito e esse não é assumido, pelo contrário, os grandes contrastes sociais presentes especialmente na capital paulista e no Rio de Janeiro são sempre apontados como consequência da migração desordenada e nunca como resultantes da má distribuição de renda ou falta de oportunidades, características comuns ao Brasil há séculos.
O mais interessante (e triste) de toda esta realidade é que, ao contrário de países envolvidos em conflitos ou guerras civis, o Brasil não tem divisão de etnias ou tribos (pois é resultado de uma miscigenação), sendo o preconceito movido apenas por questões geográficas. Talvez por este motivo os embriões de movimentos separatistas sulistas nunca tenham ganhado mais do que algumas páginas na internet, felizmente.
Abaixo apresentam-se algumas falas que representam claramente a idéia do darwinismo social e do preconceito contra os nordestinos. (Lilian Nardinelli)



4. A contrarrevolução darwiniana
Chegamos ao ponto da contrarrevolução do darwinismo social. O darwinismo primitivo pregava a evolução das espécies por meio da seleção natural, onde os ditos “mais aptos” sobrevivem e os mais fracos padecem. Ao que parece, chegamos ao final deste ciclo contestando a veracidade do conceito pregado por Darwin. Os fenômenos sociais atuais nos remetem à conclusão que nem sempre o organismo mais fraco se submete diante do mais poderoso. Na verdade, no transcorrer dos séculos, o organismo mais fraco acabou por adaptar-se, criando suas próprias formas de defesa, e nessa metamorfose deixou de ser o grupo inferior para tomar a sua posição no meio social. Não há exemplo mais firme e recente do que as manifestações populares que eclodem nos quatro cantos do Brasil. O organismo mais forte, aqui nesse exemplo, representado pela classe que detém o capital, os meios de comunicação e o poder político, que deveria resultar na apropriação da fraqueza da população de um país, hoje percebe que, o movimento de seu citoplasma, que só permitia a troca do interior para seu exterior, hoje vê esse mesmo citoplasma invadido pela insatisfação de seu povo. No meu entender, não há exemplo mais claro de que Darwin, nesse particular, estava equivocado. As espécies evoluem, se não pelo conhecimento, às vezes evoluem pela dor, e nesta evolução, tamanha a vontade de expor seu grito, que como uma Bastilha brasileira, ao risco de que a classe dominante se veja num golpe envolvente, passar de posição entre o ente dominado para o ente dominante. A frase “gigante adormecido” que tanto foi usada para expressar a passividade do povo brasileiro, de certa forma, também representava o darwinismo social. Um gigante pode se manter adormecido pela força de poucos, entretanto, se esse gigante desperta, o conceito darwiniano se transforma e o pequeno que antes adormecido se pensava grande, levanta e demonstra a sua real grandeza. É a materialização do conceito democrático:” todo poder emana do povo e em seu nome será exercido” - Constituição Federal (Raphaella Boechat)



5 - O papel da mulher na sociedade e darwinismo social
O darwinismo social reflete nas sociedades atuais na forma de preconceito, mostrando superioridade sobre um povo ou uma cultura e, mesmo em pleno século XXI é possível notar um autoritarismo machista contra as mulheres.
A ONU designou o dia 8 de Março como Dia Internacional da Mulher. No dia 8 de março de 1857, na cidade de Nova York, nos Estados Unidos, 159 operárias de uma indústria têxtil foram queimadas vivas em uma fábrica durante uma greve em que reivindicavam igualdade salarial. E só em 1932, sob governo de Getúlio Vargas as mulher brasileiras garantiram seu direito de votar.
A imagem da mulher, ao longo da história, sempre esteve ligada à fragilidade e à submissão. O pensador grego Platão dizia que “os homens covardes que foram injustos durante sua vida, serão provavelmente transformados em mulheres quando reencarnarem” e Aristóteles, também filósofo da Grécia antiga, afirmava que “a fêmea é fêmea em virtude de certas faltas de qualidade.”
Podemos perceber então que esse preconceito vem de muito longe, e hoje reflete em um problema muito grave, onde a violência e a intolerância com as mulheres criar situações desagradáveis e marcas para toda a vida.
No mercado de trabalho a mulher além de ganhar menos, é menos respeitada e tem menos moral no ambiente de trabalho. Hoje em dia, as mulheres estão lutando por seus direitos e ganhando o mercado que antes era apenas masculino, mas mesmo assim ainda tem um longo caminho pela frente.
O darwinismo social trata justamente sobre isso, a opressão de um grupo que se considera mais avançado e desenvolvido sobre um outro grupo mais frágil, até que ponto a sociedade apoiará essa teoria machista? (Victoria Chequeleiro)










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